Meditação - Suddha Raja Yoga


Há alguns anos pratico a Suddha Raja Yoga, da escola de autoconhecimento Suddha Dharma Mandalan.

A meditação, segundo a episteme da palavra vem do Latim, meditare, e significa ir para o centro, no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar à atenção para dentro de si. Meditação em sânscrito é Dhyāna que significa “pensar ou refletir” é quando se mantém a consciência na atenção sem alterar ou oscilar a concentração.
De acordo com Sri Várjera “Meditar não é pensar, não é articular o pensamento, levando a imaginação de um lado a outro. Meditar espiritualmente é aquietar a mente, descansando-a, fazendo com que repouse em um objeto formoso e agradável.”[1]
De acordo com o descrito no livro Suddha Raja Yoga por Sri Hamsa-Yogue, (pg. 113) “Por meio da meditação, os homens adquirem purificação corporal, aumentando sua alegria; chegam a ter vida longa e são bem queridos por todos.”
         Ou seja, a meditação é uma pratica disciplinada de voltar-se para dentro com o propósito do autoconhecimento e consequentemente a obtenção de resultados na vida prática, tais como melhora da concentração e  poderes átmicos. Considerando o conceito de Karma, enquanto ação, a meditação também é uma ação. Praticando-a com consciência, disciplina e de forma gradual, atingi-se-à a realização pessoal, o contato com o Divino.
         Ainda segundo Hamsa Yogue, a meditação aumenta a força natural, virilidade, juventude, beleza do corpo, a inteligência em geral, as energias das seis classes de ações, a respeitabilidade e tudo quanto se possa sugerir e, de fato, favoreça a consecução de todos os desejos (p. 113). Assim sendo, são infinitas as benesses da pratica da meditação e consequentemente um karma positivo.
         A escola SDM propõem um sistema de meditação graduado, que consiste em lições individuais e confidenciais, em que o dasa[2], após iniciado, recebe sua prática individual. Adquirindo, assim, o hábito da quietude e da convergência e entrega (Samnyasa[3] e Tyaga[4]).
Samnyasa e Tyaga, de acordo com Sri Janárda, são as influências que atuam como os meios de purificação e sutilização daqueles que estão na senda, para que possam lograr o êxito desejado com seus empenhos.
Portanto, o desapego da ação é essencial para o êxito da meditação.
A Suddha Dharma propõe um sistema de práticas individuais divididas em 10 lições diárias em que o adeptado recebe diretamente do mestre.
As sequencia das 10 lições estão contidas na prática da saúde. Durante a prática é importante observar as posturas de respiração (pranayamas), entonação das sílabas de poder (mantram) e o cuidados com as pronúncias.
O verdadeiro candidato não retrocede diante de nenhuma oposição, nem vacila face às advertências dos ignorantes, que tratam de fazer perder a inspiração da Voz Interior.
Pode se apresentar muitíssimas categorias de dificuldades, porém  pode-se resolver, seguindo o Caminho, aliado a uma valiosa vontade, deixando de lados os estorvos e seguir adiante.
Saber se dominar é uma das maiores dificuldades.
É difícil conseguir o controle de si mesmo, sobretudo para aqueles que não tiveram um método correto para alcançá-lo.
Porém, pelo sistema entregue pela Suddha Dharma Mandalam e seu cumprimento, é, sem dúvida, alcançável.
As Escolas existentes que dispõe suas lições para se entrar na vida espiritual são muitas; porém cada um de nós, sem retirar importância de nenhuma, podemos escolher aquela que julgamos melhor para realizar a finalidade desejada; por outro lado, devemos inventar continuamente atos para obter mais caráter, maior pureza, sabedoria superior e maior atividade. 
Muitos percorrem o Caminho do Ocultismo impulsionado por uma força estranha, outros em busca de maravilhas que dizem que se encontram nele; outros para desenvolver poderes, alguns para gozar dos gloriosos estados de samadh ou êxtase, aquele para cooperar no serviço para todos os seres, e além deles e o mais alto, por amor a Deus; todavia, quando se apresenta ao candidato, dificuldades ilusoriamente insuperáveis que tem que vencer é quando a meditação se deve crer que não há impedimento que obstaculize o Caminho que leva ao trono de Deus.
Se algum discípulo deseja se afastar das normas que permite romper o mistério, o Guru ou Instrutor deixa-o à vontade, posto que é supremamente sagrada a relativa liberdade que pode usar o discípulo; bem sabem os Mestres da Luz, que o homem, por muito que se retire da reta Senda, retornará á ele cansado, repleto de desarmonia dos outros sinuosos caminhos.
Os Mestres da Suddha Dharma estão desejosos de ensinar a Humanidade a filosofia que conduz o desenvolvimento do espírito com seus benéficos poderes e que seja feliz.
Aquele que dentro de sua alma consegue tal mística atualização, compreende que a duração de uma vida é passageira como um relâmpago, tão ilusória como um sonho; compreende que entrou em uma nova vida, parecendo-lhe que somente então iniciou a viver a Existência Real.


[1] Texto: Meditar não é pensar, por Sri Várjera Yogue Dasa
[2] Dasa: devoto servidor.
[3] Samnyasa (SBG, p. 300): renúncia, desprendimento, abnegação, abandono do não essencial.[..] Renuncia ou abstenção da ação, quando se refere à ação imposta pelo desejo. Este termo é considerado sinônimo de tyaga.
[4] Tyaga (SBG, p. 315): completo desapego ao fruto da ação com a devida dedicação deste e de si mesmo à Divindade. Execução da ação sem predileções pessoais, praticadas por ser necessária, sejam seus frutos agradáveis ou desagradáveis.

Comentários